Tive a oportunidade
de realizar a disciplina de metodologia da pesquisa em três momentos
distintos, o primeiro foi durante a minha graduação no início em
2002 e, em seguida, em duas especializações que terminaram em 2006
e 2009. Confesso que inicialmente me senti bem confiante ao iniciar a
disciplina de metodologia da pesquisa científica em Ciência da
Informação, com os professores André Lopez e Sofia Galvão. Afinal
de contas, era a quarta vez que encarava a matéria e “acreditava”
que não havia novidades a serem descobertas.
Bem, as coisas não
foram tão simples como imaginei. Me deparei com um cenário adverso
pois todas as minhas crenças, convicções e certezas foram
colocadas à prova. Inicialmente aprendi que a
ciência não exerce uma busca pela verdade absoluta, mas apenas um
fato apenas hoje melhor que ontem. Logo, considerar a ciência como
verdade absoluta é errado e desnecessário: ciência é um reflexo
da realidade apenas, mas o melhor que poderíamos criar.
Isso foi um choque pois tirou um pouco do “romantismo” que eu
enxergava na ciência.
Em seguida, foi-nos
mostrado que a
metodologia científica consiste em um conjunto de
abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para
formular e resolver problemas, de uma maneira sistemática. Já a
pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação
planejada, desenvolvida e redigida. Sendo assim, a bússola do método
científico indicou-me pistas promissoras e permitiu que eu andasse
por caminhos diferentes.
A grande lição
aprendida da disciplina foi entender que a reflexão crítica é
parte da aprendizagem transformadora. A abordagem envolve o exame
crítico de crenças, o preconceito e as limitações em determinado
contexto. É uma extensão do pensamento crítico.
Portanto,
quando pensamos criticamente estamos sendo ativos, não estamos
aceitando passivamente tudo o que lemos e ouvimos, mas questionamos,
avaliamos, fazemos julgamentos, encontramos conexões e
categorizamos. Isso tudo significa estar aberto a outros pontos de
vista e não ser cegos pelos nossos próprios preconceitos.
Tudo isso serviu
para questionar, destruir, refazer e melhorar minha pesquisa
científica. A comunicação com meu orientador melhorou
significativamente e novos caminhos foram propostos. A disciplina me
ajudou
a compreender melhor a Ciência da Informação, a perceber a
importância de entender como as coisas funcionam e por que certas as
coisas agem de determinada forma.
Por fim, aprendi
também que a
dedicação séria, rigorosa e metódica do pesquisador durante a
preparação da dissertação pode revelar-se, sob certos aspectos,
divertida e apaixonante. Então,
contagiado
por essa experiência, levarei para o exercício prático o gosto
pela pesquisa, bem como os valiosíssimos conhecimentos metodológicos
obtidos nesta investigação científica.
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