Um
modelo de Arquitetura da Informação que permite a integração
entre Tecnologia da Informação, Processos Organizacionais e as
Informações
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1
Gestão da Informação: modelos teóricos
O
modelo de McGee e Prusak (1994), apresenta uma forma detalhada de
gestão da informação nas organizações. A proposta contempla
tarefas de gerenciamento da informação, a partir das seguintes
etapas: Identificação das necessidades e requisitos de informação;
Coleta e entrada de informação; Classificação e armazenamento da
informação; Tratamento e apresentação da informação;
Desenvolvimento de produtos e serviço de informação; Distribuição
e disseminação de informação; Análise e uso da informação.
Na
perspectiva de Davenport (1998), as organizações necessitam de uma
abordagem holística para o tratamento de suas informações. Assim
sendo, seu Modelo Ecológico da Informação constitui-se por:
Ambiente Externo; Ambiente Organizacional; Ambiente Informacional.
No
modelo proposto por Choo (2003) a gestão da informação é
analisada como um conjunto de processos que se relacionam, permitindo
assim, o uso eficiente da informação. É composto por:
Identificação das necessidade de informação; Aquisição da
informação; Organização e armazenamento da informação; Produtos
/ Serviços de informação; Distribuição da informação; Uso da
informação.
Diante
do exposto, pode-se perceber que a natureza abrangente dos modelos
apresentados permite sua adaptação em organizações orientadas à
processos. Assim sendo, a pesquisa procurou entender os principais
conceitos de gestão da informação e estruturá-los por meio de uma
arquitetura da informação em organizações orientadas à
processos.
1.2
Informação e Arquitetura da Informação: breve discussão
conceitual
A
palavra informação deixa clara a sua complexidade e, às vezes, sua
paradoxal conceituação, por ser definida na maioria dos dicionários
como o “ato de informar”. Sob essa ótica, a informação é tida
como algo advindo de uma ação, informar.
Para
avaliação do termo informação em diferentes contextos, faz-se
necessário a existência de ambiguidades na interpretação da
informação, bem como, no entendimento da relação que a
informação apresenta com o estar informado.
Assim
sendo, o fenômeno informação se tornou o principal objeto de
estudo da AI, no entanto, percebemos que ainda há imprecisões,
incertezas e lacunas. De uma forma ampla, informação é aquilo que
é capaz de transformar estruturas (BELKIN e ROBERTSON, 1976).
Adota-se
aqui, como ponto de partida para as discussões em torno do tema a
definição de Lima-Marques, assim sendo AI “é o escutar, o
construir, o habitar e o pensar a informação como atividade de
fundamento e de ligação hermenêutica de espaços, desenhados
ontologicamente
para
desenhar" (LIMA-MARQUES, 2007). Para o autor o desenho de
espaços informacionais utiliza técnicas e métodos apropriados.
De
acordo com McGee e Prusak (1994), a AI combina “arte e tecnologia”
para construir espaços informacionais, alcançando desta forma o
equilíbrio entre as necessidades de informação dos usuários e as
limitações tecnológicas.
Em
sua perspectiva ecológica, Davenport (1998) cita que a AI
constitui-se de uma série de ferramentas que adaptam os recursos às
necessidades da informação. Seu projeto estrutura os dados em
formatos, categorias e relações específicas. Assim, a AI apresenta
elementos que compõem o espaço informacional de uma organização.
Hagedorn
(2000) define AI como “arte e ciência da organização da
informação para a satisfação de necessidades de informação, que
envolve os processos de investigação, análise, desenho e
implementação”.
O autor apresenta a ideia de que a Ciência insere-se no processo de
organização da informação.
Porém
na visão de Rosenfeld e Morville (2002), a AI combina esquemas de
organização, rotulagem, busca e navegação em sistemas de
informação, sendo representada pela interseção entre contexto,
conteúdo e usuários. A abordagem apresentada pelos autores é muito
empregada em sítios web.
Entretanto,
Bailey (2003) afirma que a AI é a “arte e a ciência de organizar
os sistemas de informação para auxiliar o usuário a alcançar seus
objetivos”. O autor retrata a importância de critérios de
acessibilidade e usabilidade.
Por
fim, para Gilchrist
e Mahon (2004) a AI é definida com “um conjunto coerente de
estratégias e planos para acesso e disseminação de informações
dentro de organizações, às pessoas certas e no tempo certo”.
Surge uma preocupação com as informações no contexto das
organizações.
Pode-se
perceber nas definições apresentadas que uma AI
consiste em um conjunto de atividades que se destina a prover
disponibilidade e acesso a informação de forma organizada. Cabe
ressaltar que a tecnologia desempenha um papel importante em uma AI,
porém a ênfase envolve o tratamento dado a informação e aos seus
usuários.
1.3
Processos e Organizações Orientadas à Processos: uma visão geral
Com
o objetivo de obter vantagens competitivas algumas organizações
deslocaram o fluxo de trabalho baseado em áreas funcionais para o
direcionamento em torno dos processos de negócios. Essa alteração
tornou as organizações mais flexíveis e adaptadas a economia
globalizada. Nesse paradigma os processos permeiam as organizações
e funcionam harmoniosamente em benefício as necessidades
organizacionais, reduzindo tempo, custo e aprimorando os resultados.
O
termo “processo” possui inúmeras definições que descrevem o
seu significado, são elas:
-
Davenport (1994): processo “é uma ordenação específica de
atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim,
e inputs
e outputs
claramente identificados”;
-
Harrington
(2003): processo envolve “uma série de atividades que recebe um
insumo, agrega-lhe valor e produz um produto ou uma saída”;
-
Norma NBR ISO 9000/2000 (2004): processo consiste no “conjunto de
atividades inter-relacionadas que transforma insumos em produtos”;
-
Object
Management Group
- OMG (2006): processo lida com “qualquer atividade executada
dentro de uma organização”.
Os
processos agregam valor a organização permitindo a mesma alcançar
objetivos estratégicos.
O
desdobramento da Teoria Geral dos Sistemas para o enfoque
organizacional considera que as organizações consistem em uma
grande sistema composto por subsistemas. Nessa abordagem sistêmica,
um sistema consiste em um conjunto de coisas que formam um todo
complexo. As organizações orientadas à processos utilizam sistemas
de informação digitais para automatizar seus processos de negócio.
Pode-se
perceber que a ênfase na abordagem por processos consiste na
melhoria da forma como as atividades são realizadas. Logo, o
resultado a ser alcançado é a satisfação do cliente com o produto
gerado pelo processo (DAVENPORT, 1994).
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